O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é essencial para a sustentabilidade da produção, mas essa não é sua única aplicação. No Brasil, as ameaças fitossanitárias são frequentes nas lavouras, e se faz necessário combatê-las para evitar grandes prejuízos. Nesse contexto, o emprego do MIP tem rendido bons resultados.
Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), o MIP foi desenvolvido em resposta ao uso crescente de pesticidas. Tal uso acarretou consequências danosas à produção e ao setor como um todo. Por exemplo:
- Crises de controle de pragas – surtos de pragas secundárias e ressurgimento de pragas após o desenvolvimento de resistência a pesticidas.
- Custos do uso intensivo de defensivos agrícolas – tanto para a saúde humana, meio ambiente e custos de produção.
Nesse sentido, o MIP é relevante em todas as áreas onde possam existir ameaças fitossanitárias, incluindo a agricultura e pecuária.
Mas, afinal, o que é o Manejo Integrado de Pragas?
O MIP pode ser entendido como um processo dinâmico que faz uso de uma abordagem de sistemas ecológicos, incentiva o produtor a empregar as melhores opções de controle de pragas, dados os efeitos econômicos, ambientais e sociais. Quando bem empregado, o MIP diminui consideravelmente o uso de defensivos químicos. Desse modo, contribui para uma produção agrícola cada vez mais aliada à sustentabilidade.
Continue a leitura para entender um pouco mais sobre o Manejo Integrado de Pragas e sobre as ameaças fitossanitárias! Confira!
Como funciona o Manejo Integrado de Pragas?
O MIP não deve ser confundido com práticas orgânicas e não desencoraja a pulverização de produtos químicos. Sua função é promover a pulverização com pesticidas seletivos e apenas quando a cultura precisa.
Isso geralmente significa que uma quantidade menor de pesticida é usada. Pode-se dizer, portanto, que as práticas de MIP incluem planejamento antecipado, monitoramento regular e tomada de decisão oportuna.
Cabe ainda destacar que o MIP não é um método único de controle de ameaças fitossanitárias. Trata-se de uma série de avaliações e de decisões sobre manejo de pragas. Ao praticar o MIP, os produtores, cientes do potencial de infestação de pragas, seguem uma abordagem em níveis, que inclui:
- Limites de ação: antes de realizar qualquer ação de controle de pragas, o MIP primeiro define um limite. Isto é: um ponto no qual as populações de pragas ou as condições ambientais indicam que uma ação de controle deve ser efetivada. O nível em que as ameaças fitossanitárias se tornarão prejudiciais é fundamental para orientar decisões quanto a esse controle.
- Monitorar e identificar pragas: os programas de MIP trabalham para monitorar as pragas e identificá-las com precisão. Assim, as decisões de controle apropriadas podem ser feitas em conjunto com os limites de ação. O monitoramento e a identificação eliminam a possibilidade de que pesticidas sejam usados quando não são necessários na lavoura. Promove-se então uma economia para os produtores, visto que os custos com pesticidas são altíssimos.
- Prevenção: os programas de MIP trabalham para gerenciar a plantação, para evitar que as pragas se tornem ameaças fitossanitárias.
- Controle: como vimos, os limites de monitoramento, identificação e ação indicam quando o controle de pragas é necessário – ou seja, quando os métodos preventivos não são mais eficazes ou disponíveis. Assim, os programas de MIP avaliam o método mais adequado tanto para eficácia quanto para risco. Portanto, métodos adicionais de controle de pragas podem ser empregados, como a pulverização direcionada de defensivos.
O conjunto de técnicas do MIP favorece o equilíbrio natural do meio ambiente. Com isso, melhora a resistência biótica e evita que novas pragas se estabeleçam.
Quais tecnologias podem ser usadas com o MIP?
As tecnologias oferecem assistência em várias etapas do procedimento operacional – por exemplo, detecção, tomada de decisão, execução e avaliação. Algumas das tecnologias já utilizadas são as seguintes:
- Tecnologia de visão computacional (análise de imagem): realiza a detecção específica de doenças, pragas, ervas daninhas e condições de cultivo, além do monitoramento ao longo do tempo.
- Técnicas moleculares para a detecção de doenças e pragas.
- Técnicas de aplicação precisas de medidas preventivas e curativas contra doenças, pragas e ervas daninhas.
- Tecnologia de satélite que produz imagens precisas de plantações.
- Drones que fazem observações de safras com câmeras.
Outro ponto importante é que muitas dessas tecnologias podem ser frequentemente combinadas.
Saiba mais!
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