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Especialistas no assunto explicam como o conceito pode ser aplicado e quais possibilidades futuras podem surgir no setor produtivo

Conexão AgriHub Space de quinta-feira (09) abordou o ESG – termo de qualidade que engloba as questões Ambiental, Social e Governança –  e os possíveis benefícios que seu uso pode trazer aos produtores rurais. Apesar de ser um termo muitas vezes desconhecido, é algo que já vem sendo utilizado desde o século passado, mesmo sem receber esse exato nome. Atualmente, várias empresas já utilizam desse medidor como parâmetro de escolha em seus investimentos ou produtos. 

Ticiana Oliveira, head de ESG e projetos da Namaskar tem um trabalho focado no “S” do ESG, ou seja, atua voltada para as questões sociais e sua aplicabilidade em propriedades rurais. Pensando nisso, o produtor pode assegurar as mínimas condições de vida para seus colaboradores da porteira para dentro.

Desenvolver a área também significa ter um olhar voltado para capacitar os colaboradores. A tecnologia está se desenvolvendo, mas de nada adianta se os trabalhadores não forem capacitados para fazer o uso dela. Ticiana ressalta que fazer essa parte não contribui apenas para o desenvolvimento único de uma propriedade, mas para desenvolver toda a cadeia produtiva e contribuir para a eficiência operacional. 

Além disso, ela explica o motivo de muitas vezes ainda se observar a resistência na implantação do ESG por parte dos produtores.  

“Eu acho que a maior resistência é que a gente ainda  não conseguiu transformar o ESG em um ativo financeiro. A gente precisa destravar o valor financeiro do ESG no mercado. Já tem alguns destravados, mas a gente precisa atrelar isso também ao social e ao ambiental” explicou.

O ESG e as possibilidades atuais 

Cleomar Amaral, engenheiro agrônomo e diretor da Green Agroflorestal trabalha com aplicabilidade do ESG no agro há cerca de 15 anos e foi o segundo palestrante da noite no Conexão. Ele explicou que o ESG é uma forma de medir a confiabilidade. 

Hoje, no mercado, já existem empresas que têm critérios de pontuações específicas para analisar e avaliar a confiabilidade por meio do ESG. Além disso, estão presentes aquelas que ou priorizam negócios com produtores que apresentam boa pontuação ou atribuem valores mais altos em produtos provenientes destes lugares. 

“Existem empresas que pagam mais no preço de um produtor que consegue cumprir com os parâmetros ESG, que consegue cumprir com a legislação ambiental e consegue ter uma propriedade socialmente justa. Essa empresa que pegou o dinheiro internacional paga mais e isso com certeza, impacta diretamente na receita do produtor”, informou Cleomar

Ticiana, ainda ressalta que esta é uma das formas possíveis para aumentar o acesso e/ou o uso do ESG no agronegócio mato-grossense, ou seja, ser destravado financeiramente. Já existem discussões sobre o aumento do valor de mercado de produtos provenientes de propriedades que se empenham nos níveis social, ambiental e de governança. 

Por fim, o engenheiro agrônomo explicou que para se iniciar a prática do ESG, ele pode começar a ser implementado em pequenas ações no dia a dia, fazendo o possível até em pequenas propriedades.

“As implantações desses parâmetros parecem ser complicadas e caras, tendo que ter uma consultoria especializada. Quando você como produtor rural entende o conceito, pode organizar isso de forma que seja entendido pela sociedade por si próprio. Quando o produtor entende isso, isso se torna simples” finalizou Cleomar Amaral.


Próximo Conexão AgriHub Space

O próximo Conexão AgriHub Space será realizado dia 23 de novembro e vai falar sobre a Comercialização na era digital. Os especialistas convidados serão a Diogo dos Santos, Co-founder e Diretor Comercial da Gávea e o Vinicius Moreira, gerente de Inovação e Tecnologia Comercial Amaggi.

As vagas são limitadas, então para participar, inscreva-se aqui.

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Por Aline Costa - estagiária da Assessoria de Comunicação AgriHub