Os métodos de classificação da soja para avaliar se os grãos estão na qualidade ideal para serem comercializados são muito subjetivos e impactam no bolso do produtor. A equipe Color Grain que participou das 53 horas da maratona hacker (hackathon) Dev.Agri neste fim de semana em Cuiabá criou um aplicativo de celular para auxiliar produtores e classificadores. O evento é uma realização do projeto AgriHub, desenvolvido pela Famato, Senar-MT e Imea.
A ideia é que com o aplicativo os produtores tenham mais confiança e clareza na classificação dos grãos. O grupo precisará de pelo menos dois meses para desenvolver o protótipo.
“Captamos uma coloração que permite ver a qualidade do grão. Com essa coloração conseguimos saber se o grão está bom, seu grau de fermentação ou se está ardido. Os produtores acreditaram em nós e estão dispostos em investir para desenvolvermos”, disse o engenheiro mecânico e membro da equipe Matheus Alexandre da Silva Fonseca.
Além de Matheus, a equipe vencedora é composta por mais três pessoas: Kairo Batista de Oliveira, engenheiro mecânico, Vitoriano Ferrero, líder da comunidade do StartupMT, e o desenvolvedor Luan de Castro Aleixo, que foi a peça-chave do grupo.
O prêmio é conhecer a sede do Senai Cimatec em Salvador, centro de excelência em hardware no Brasil, onde os membros poderão terminar a prototipação do projeto. Além disso, dá direito a um Kit de Arduino patrocinado pelo Senar-MT e consultoria com o programa AgriHub.
Este foi o segundo hackathon de agronegócio promovido pelo projeto AgriHub. A competição reuniu grupos de desenvolvedores, programadores e especialistas em negócios. Nesta edição participaram 11 especialistas, 40 desenvolvedores e 15 mentores (consultores voluntários com muita experiência no mercado). Ao final do evento, sete grupos apresentaram suas ideias para os jurados. Entre eles estava o produtor rural e ex-presidente do Sistema Famato Rui Prado.
Segundo Prado, a falta de clareza no processo de classificação de grãos é um dos principais problemas do setor. Estima-se que o produtor perde cerca de 3% de sua safra nesse processo. “Hoje a classificação é muito subjetiva, muitos produtores reclamam disso. Com certeza essa ideia apresentada pode nos ajudar e trazer resultados econômicos significativos para os produtores”, afirmou.
A professora da faculdade de Agronomia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Doutora Maria Aparecida Braga Caneppele, que também faz parte do Núcleo de Pesquisa de Tecnologia e Armazenagem, participou pela primeira vez de um evento desta natureza e ficou surpresa com o que viu. “Primeira vez que participo de um evento associando a parte de informática, computação, com avaliação da qualidade dos grãos. Não imaginava que seria possível uma interação tão perfeita com ideias fantásticas que surgiram dos participantes. Espero poder participar de outros eventos desta natureza”.
O estudante do curso técnico de Mecatrônica do Senai do Cristo Rei Renan de Mello Correa também participou pela primeira vez da maratona e considerou o evento uma boa oportunidade de aprendizado. “Foi um ótimo evento para aprender como interagir em equipe, quebrar a cabeça junto para resolver problemas dos outros e apresentar soluções inteligentes para esses problemas. Como aprendizado foi indescritível”
O próximo hackaton Dev.Agri será de 20 a 22 de outubro em Barra do Bugres-MT. Os parceiros da iniciativa são: Sebrae, IFMT, UFMT, Startup MT, Arduíno Brasil, Unemat e UNIVAG. Para mais informações acesse o hotsite: www.dev.agr.br.
AgriHub – É uma rede de inovação em agricultura e pecuária que identifica as necessidades dos produtores e os conecta a startups, mentores, empresas, pesquisadores e investidores. É uma iniciativa da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT) e do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Fonte: Ascom Famato