As empresas de tecnologia aplicadas ao agronegócio, AgTechs, são as grandes tendências do mercado global de tecnologia. O Brasil pode ser protagonista dessa revolução diante das vantagens comparativas do setor. É o que pensa o coordenador de Inovação na Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e coordenador do Programa Nacional Conexão Startup Industria, Rodrigo Alves Rodrigues.
Rodrigo foi um dos palestrantes da tarde desta quarta-feira (18/04) do Fórum Comunidades na programação do evento Summit AgriHub, em Cuiabá-MT, promovido pela Famato, Senar-MT e Imea.
“O agronegócio brasileiro tem uma história de tecnologia e inovação de nível internacional. O que vemos hoje é o um novo contexto para o agronegócio, caracterizado pelo uso intensivo de tecnologias, de softwares de gestão a aplicativos móveis, sistemas autônomos, inteligência artificial, drones e sensoriamento. Movimentos como o AgriHUB contribuem para estarmos a na crista da onda e sermos seguidos e não os seguidores”, avalia o palestrante.
Segundo Rodrigues, as principais conexões acontecem no co-desenvolvimento de soluções, contratação direta de fornecedores, demo day (dia de demonstração), hackathons e acelerações corporativas.
Há algum tempo, empresas brasileiras viam as startups como fornecedores baratos, mas com a customização de soluções o cenário está mudando. “Hoje elas estão enxergando as startups como parceiras, DNA digital, novos modelos de negócios, novas metodologias e novas tecnologias que acabam sendo um diferencial para as empresas quando passam a considerar startups na sua estratégia de inovação”, afirmou Rodrigues.
Ele apresentou o Programa Nacional Conexão Startup Industria, uma iniciativa da ABDI, criado em 2016 para gerar o co-desenvolvimento de soluções de forma que as startups sejam um vetor de transformação para a indústria levando novas tecnologias, novos modelos de negócios, novos produtos e serviços. “A ABDI acredita que startups e indústria juntas aumentam a competitividade do setor produtivo brasileiro”, acrescentou.
Fazendo uma comparação com o AgriHub, Rodrigues disse que o projeto é bem parecido com a iniciativa de conexão da ABDI, mas em vez de industrias, são produtores rurais.
Neste painel, também participaram como debatedores o gestor do Núcleo de Startups do Sebrae Mato Grosso, Fernando Pscheidt, o especialista em Redes e Computação Distribuída pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e diretor da StratupMT, Vitor Pereira de Freitas, e o organizador da Comunidade de Tecnologia de Mato Grosso (DevMT), Álvaro Viebrantz. A mediação do painel foi feita pelo chefe do Núcleo de Gestão de Projetos na empresa MT Parcerias, Washington Fernando da Silva.
Segundo Washington Silva, da MT Parcerias, para garantir o desenvolvimento do ecossistema de inovação de comunidades em Mato Grosso é preciso mapear os setores e neles levantar pessoas com perfil inovador, visionários e pessoas que acreditam e têm “sangue nos olhos” para desenvolver ideias e compartilhar informações. “Para desenvolver e expandir a rede de comunidades em Mato Grosso é preciso identificar pessoas que acreditam no trabalho colaborativo e buscar elementos essenciais, como entidades públicas e privadas, que acreditam e estão dispostas a investir, não só com recursos financeiros, mas com acesso à informação. Precisamos de pessoas que acreditam que é possível desenvolver aqui tecnologias que solucionem problemas regionais do agronegócio”, apontou Washington Silva.
No mesmo Fórum aconteceu o painel de “Casos de sucesso de Mato Grosso” com apresentações sobre as startups Escola Agro e Estuda.com.
Programa AgriHub – É uma iniciativa da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT) e Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Tem o objetivo de ser a ponte que liga a tecnologia ao campo. Além disso, busca contribuir para aumentar a renda dos produtores rurais usando o mínimo de recursos e para o desenvolvimento sustentável da produção agrícola e pecuária por meio da inovação tecnológica. Site para mais informações: agrihub.org.br.
Fonte: Ascom Famato
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