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Com uma produção anual de mais de 300 milhões de toneladas, o Brasil se destaca como um dos principais produtores e exportadores de grãos do mundo (IBGE, 2024).  O Mato Grosso é o celeiro da produção agropecuária nacional e enfrenta desafios críticos que comprometem sua robusta produção de grãos.

Entre os principais desafios que o estado enfrenta, a capacidade de armazenagem e classificação de sua produção agrícola é um deles.

A falta de capacidade de armazenagem não apenas limita a flexibilidade dos agricultores na comercialização de suas safras, mas também resulta em armazéns lotados e grãos armazenados ao ar livre, sujeitos a danos causados pelo clima e pragas.

Por isso, é importante destacar que iniciativas inéditas como o projeto AgriHub Conecta, apoiado pelo SENAR-MT e integrado ao sistema FAMATO, têm como objetivo identificar e priorizar os principais desafios enfrentados pelos produtores rurais de Mato Grosso para conectá-los a inovações.

Sendo assim, veja neste artigo os desafios enfrentados pelos produtores rurais devido ao déficit de armazenagem e classificação de grãos e as soluções emergentes para mitigar esses problemas. Acompanhe!

Desafios na armazenagem de grãos

Apesar dos avanços, o Brasil ainda enfrenta um déficit na capacidade de armazenamento de grãos. De acordo com uma pesquisa realizada pela Esalq Log (USP) e contratada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), surpreendentes 61% das fazendas brasileiras não possuem estruturas para armazenagem de grãos (Globo Rural, 2023).

Essa situação é preocupante, considerando que a produção de grãos representa a maior receita das exportações do agronegócio brasileiro, contribuindo significativamente para a economia do país.

Os resultados dessa pesquisa, que integram o primeiro diagnóstico da armazenagem agrícola no Brasil, são fundamentais para compreender a realidade enfrentada pelos produtores rurais em todo o país. 

Uma das principais conclusões do estudo é que 72,7% dos produtores sem estruturas de armazenagem mostram interesse em construir silos e armazéns em suas propriedades, desde que tenham acesso a taxas de juros atrativas. Essa demanda por infraestrutura de armazenagem reflete a necessidade urgente de investimentos e políticas públicas eficazes para apoiar o setor agrícola.

Outro desafio na armazenagem de grãos é manter a qualidade, garantir a rentabilidade e a satisfação do cliente. Questões como controle de umidade, temperatura e infestações de pragas representam desafios significativos para os produtores.

Para enfrentar esse desafio, é fundamental uma abordagem colaborativa que envolva o setor público, o setor privado e instituições de pesquisa. Através de parcerias estratégicas e iniciativas inovadoras, podemos trabalhar juntos para superar os desafios de armazenamento e classificação de grãos e promover o desenvolvimento sustentável do agronegócio brasileiro.

Armazenagem de grãos em Mato Grosso

Com quase 85 milhões de toneladas de produção de grãos previstas na safra 2023/2024 (Conab, 7° Levantamento da safra), Mato Grosso enfrenta um déficit de 51 milhões de toneladas em sua capacidade de armazenagem, segundo o Imea.

O déficit de armazenagem já atinge números alarmantes e a projeção de crescimento na produção de grãos nos próximos anos intensifica o problema. Abimaq (2023) estima que o Brasil precisaria investir R$ 15 bilhões em armazéns, todo ano, para suprir o aumento da produção agrícola.

Soluções e inovações tecnológicas na armazenagem de grãos

Investir na modernização da infraestrutura de armazenamento é essencial para aumentar a capacidade e a eficiência do armazenamento de grãos. Isso inclui a implementação de silos e sistemas de aeração que garantam condições ideais para a conservação dos produtos.

Além disso, a adoção de tecnologia de monitoramento e controle é essencial para garantir a qualidade dos grãos durante o armazenamento. Sistemas automatizados de monitoramento de temperatura e umidade, conectados a estações meteorológicas, possibilitam um controle mais preciso das condições do ambiente, reduzindo significativamente o risco de deterioração dos grãos.

No contexto da sustentabilidade, surgem inovações importantes, como a secagem de cereais utilizando energia solar e ozônio. Essas tecnologias não apenas contribuem para a preservação da qualidade dos grãos, mas também promovem práticas mais sustentáveis na agricultura, reduzindo o consumo de energia e minimizando os impactos ambientais. 

Agrosilos União: Solução para armazenamento de grãos em Mato Grosso

A Agrosilos União, empresa com 25 anos de atuação no setor agro e residente do AgriHub, está trazendo uma solução inovadora para os produtores de grãos em Mato Grosso: os condomínios de silos para grãos. 

Diante da dificuldade enfrentada pelos produtores em encontrar espaço para armazenar a grande quantidade de grãos produzida durante as safras, a Agrosilos viu a oportunidade de implementar sua solução no estado.

O conceito dos condomínios de grãos permite que os produtores se tornem proprietários de parte do espaço de armazenamento, eliminando a necessidade de aluguel ou arrendamento. Com condomínios instalados em cidades estratégicas, onde a produção é alta e o armazenamento é limitado, a Agrosilos visa facilitar o transporte, armazenamento e logística de grãos, reduzindo custos e aumentando os lucros para os produtores.

Além disso, os condomínios oferecem tecnologias que permitem o acompanhamento individualizado de cada produtor, promovendo uma gestão mais eficiente da produção. Com a diluição dos custos de construção e a preocupação com questões ambientais, como o ESG, a Agrosilos busca promover soluções sustentáveis e economicamente viáveis para o agronegócio.

Desafios na classificação de grãos

A classificação de grãos é um processo essencial na determinação da qualidade dos produtos vegetais, sendo regulamentada no Brasil pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) de acordo com a Lei nº 9.972, de 2000. É nessa etapa que se determina o grupo, classe e tipo dos grãos avaliados, por meio de profissionais habilitados pelo Mapa.

Durante todo o processo produtivo, desde o plantio até a colheita, a classificação de grãos se torna um ponto importante para garantir a qualidade e valorização dos produtos agrícolas. 

Baseada em análises específicas e comparações com os padrões oficiais estabelecidos pelo Mapa, essa etapa resulta em descontos nos lotes de grãos comercializados, conforme os limites excedidos em relação aos padrões de qualidade.

É importante ressaltar que a classificação de grãos não é apenas uma questão técnica, mas também tem implicações econômicas significativas para os produtores rurais. Ela influencia diretamente no valor final dos produtos comercializados e na competitividade no mercado. 

Um dos principais desafios é o procedimento de amostragem, onde unidades armazenadoras frequentemente não seguem o procedimento oficial de classificação. Considerado um problema grave, ele tem sido motivo de preocupação constante para os produtores rurais. 

Durante a pesquisa realizada pela Embrapa (2019) com produtores de Mato Grosso, diversos problemas relacionados à classificação de grãos foram identificados. 

Os principais defeitos relatados foram a presença de grãos ardidos, descontos por umidade excessiva, impurezas, grãos carunchados, quebrados e presença de micotoxinas. A presença de grãos ardidos foi mais frequente nas regiões Oeste e Norte, enquanto os descontos por umidade foram mais relatados nas regiões Sul e Norte.

Além disso, problemas relacionados à presença de sementes de plantas daninhas nos lotes de grãos de milho também foram abordados.

Inteligência artificial revoluciona a classificação de grãos, elevando precisão e eficiência na indústria agrícola

Algumas empresas estão liderando uma transformação no setor agrícola, introduzindo uma solução inovadora que utiliza inteligência artificial e tecnologia de infravermelho próximo (NIR) para classificar com precisão e rapidez os grãos, seguindo padrões internacionais. Essa tecnologia permite aos produtores gerenciar melhor a qualidade de suas safras, impulsionando sua renda e promovendo práticas mais sustentáveis. 

A plataforma desenvolvida utiliza sensores portáteis de NIR e inteligência artificial (IA) para analisar e identificar marcadores bioquímicos nos grãos, eliminando a subjetividade dos processos manuais tradicionais.

Com a utilização de IA e aprendizado de máquina (machine learning), essa tecnologia automatiza a classificação dos grãos, garantindo precisão e confiabilidade. Essa inovação está liderando o caminho para uma nova era na classificação de grãos, impulsionando a eficiência, qualidade e competitividade do agronegócio brasileiro.

Com resultados comprovados, essa inovação promete revolucionar a indústria agrícola, oferecendo uma maneira mais eficiente e justa de comercializar grãos. 

Texto produzido pela CHA Social, Agência de marketing no Agronegócio