Agrihub

A CASA DA FAMILIA RURAL

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Um dos grandes movimentos estruturais pelo qual a agricultura vem passando nos últimos anos é a sucessão familiar. Neste contexto, os produtores rurais que chegaram em Mato Grosso nas décadas de 1970 e 1980 estão gradativamente passando o bastão para seus filhos. Segundo dados da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), 40% dos agricultores em Mato Grosso têm até 44 anos, demonstrando a relevância dessa tendência.

Esse movimento tem impacto em vários aspectos, mas vale destacar o que considero um dos principais para o momento: o modo de gestão e de tomada de decisões dentro das fazendas.

Enquanto o pai agricultor toca ou tocava o negócio com tudo na cabeça e algumas anotações nas cadernetas com dados e informações desde as melhores sementes até os custos de produção, os filhos, que se distanciam do negócio para estudar fora e lidam com tecnologias cada vez mais complexas, não possuem todo “esse banco de dados” na cabeça, deixando assim a tomada de decisão cada vez menos intuitiva.

Do lápis ao Excel

Por isso, mais recentemente, a utilização de ferramentas como o Excel e softwares de gestão têm se tornado cada vez mais usuais para fazer o registro dos históricos produtivos e financeiros das fazendas e a partir daí tomar as decisões no planejamento das safras.

Aliado à questão da tomada de decisão na gestão, observamos também o desenvolvimento e a utilização de práticas de agricultura de precisão que contribuem para o consumo correto e preciso de sementes, fertilizantes e defensivos para obter custos mais condizentes com a produtividade.

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) em 2015 revelou que 42% dos produtores de Mato Grosso faziam alguma prática relacionada à agricultura de precisão. Mas no meio desse processo uma série de gargalos operacionais foram postos para a utilização eficaz dessas ferramentas, fazendo, inclusive, alguns produtores desistirem do novo modelo.

Entre os gargalos apontados em pesquisas estão: a mão de obra, falta de infraestrutura de telecom, notadamente internet, falta de entrega técnica das máquinas, entre outros.

Agricultura digital

Com as novas tecnologias que estão sendo apresentadas nessa nova era da agricultura digital, estas dificuldades parecem estar com os dias contados, pois uma das grandes mudanças que estão por vir dentro de uma fazenda é a possibilidade de fazer levantamento de dados do solo, das máquinas, do ambiente e gerenciais de maneira autônoma. Essa possibilidade inédita está mais próxima do que se imagina, pois só no Brasil existem algo em torno de 200 startups (empresas nascentes de base tecnológicas) focadas em novas soluções para a agropecuária, segundo a StartAgro.

Assim, para os próximos anos, todos os produtores sucessores, principalmente os médios e os pequenos, terão a possibilidade de enxergar o que ainda não conseguem dentro das suas lavouras, galpões ou finanças em tempo real. Isso mudará completamente o modelo de gestão dentro de uma fazenda, consolidando a passagem da tomada de decisão por intuição para tomada de decisão baseada em sistemas de análises e correlação de dados, mapas e outras informações.

Com essa visão, aliada à obrigação de nos mantermos competitivos nos próximos anos, o Sistema Famato, por meio do programa Agrihub, promoveu o primeiro encontro presencial da rede de contatos da iniciativa em Cuiabá nos dias 18 e 19 de abril. O evento se chamou Summit Agrihub e reuniu mais de 500 pessoas em Cuiabá-MT.

Produtores rurais, startups, empresas, investidores e pesquisadores cumpriram uma jornada de 16 horas de palestras, painéis, debates e muito networking, com o objetivo de promover o melhor ajuste das novas tecnologias ao campo.

*Daniel Latorraca Ferreira, economista, superintendente do Imea e head do Agrihub; e-mail: daniel@imea.com.br)

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