Agrihub

A CASA DA FAMILIA RURAL

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O presidente do Sistema Famato/Senar, Rui Prado, aproveitou uma plateia formada por diversos representantes de empresas que criam inovações, as chamadas startups, para convidar os interessados em prover soluções tecnológicas para as demandas do campo a visitarem Mato Grosso e conhecerem in loco os problemas da agropecuária. Seu chamamento aconteceu durante o evento Startagro 1, no Google Campus SP, na capital paulista, ao qual foi convidado para explicar a iniciativa do Agrihub, novo braço do Sistema para fomentar a conexão entre produtores rurais, experts em tecnologia e investidores. O encontro aconteceu na tarde do último dia 18.

“Eu convido vocês aí a irem ao estado de Mato Grosso e, lá, poderem entender a linguagem do produtor rural. Ele, por natureza, assim como todos os profissionais, tem que estar no local onde acontece o seu negócio, que é na fazenda. E a fazenda não está na cidade. Mas estamos, através do nosso projeto do Agrihub, dispostos a conectar todos os produtores rurais com as tecnologias que vocês vão dispor para nós para podermos encontrar as soluções adequadas para o desenvolvimento de nosso país”, destacou.

Como um dos integrantes do painel “AgTech, inovação e realidade: como aproximar grandes ideias da real necessidade dos produtores”, o idealizador do Agrihub pôde explicar como surgiu a ideia de criar um programa que unisse as pontas entre campo e tecnologia, a partir de uma viagem que fez ao Vale do Silício há cerca de dois anos. “Vendo toda a tecnologia que existe mundo a fora, principalmente depois da visita a uma empresa que a Monsanto tinha acabado de adquirir lá em São Francisco só para criar tecnologia, pensei quantos problemas nós, produtores rurais, poderíamos ter resolvido tendo essas inovações também ampliadas para a agricultura”, comentou.

Destacando a pujança produtiva de Mato Grosso, que planta cerca de 9 milhões de hectares de soja, onde são gerados 10% de todo o grão consumido no mundo, Prado lembrou o desafio de continuar ampliando a produção agropecuária para um cenário populacional 31% maior até 2050. “Nós sabemos que em 2050 o fornecimento de alimentos no mundo vai ter que mais que dobrar e isso vai demandar soluções, porque sabemos dos impactos ambientais que existem na agropecuária. Temos inúmeras necessidades de soluções tecnológicas, de tecnologia da informação para esse e outros problemas”, pontuou.

A falta de sinal de internet com qualidade dentro das propriedades rurais, assim como a necessidade de uma previsão climática o mais próximo possível da precisão e estratégias para inviabilizar os furtos de defensivos agrícolas são algumas das 100 necessidades iniciais já nominadas pelos produtores rurais nos primeiros dias de funcionamento do Agrihub. “Essas são necessidades imediatas. Se tirarmos essa palavra, podem chegar a quinhentos, mil desafios”, acrescentou.

O presidente destacou também a natureza do trabalho proposto pelo Agrihub deixando claro não se tratar de uma iniciativa comercial, mas concebido para criar um ambiente de inovação a partir da união das pontas. “Na verdade, ele é um programa, não é uma empresa comercial, não faz investimentos, pelo menos por agora. É um conceito, um programa que já está funcionando para unir as pontas. Queremos pegar o produtor, que é essa nossa expertise, nós conhecemos o produtor, temos cadastros de produtores, queremos pegar esse mercado aqui e unir com vocês que têm as soluções, ou que têm pelo menos a condição de encontrar a solução que tanto nós precisamos. Está aí para contribuir. Eu vim num gesto de conhecer melhor vocês, de colocar essa nossa conexão à disposição de todos, finalizou.

O evento Startagro 1 foi realizado pela equipe da plataforma Startagro, também detentora da revista especializada em inovação para a agropecuária Plant Project, com sede em São Paulo, além de parceiros.